(tela de Magda Rivera)
De alento se faz o corpo
De mínguas luas se atraiçoa a fome
Das bocas que já não abrem
Sustento lento,
Que mata gente,
Que de seu nem tem o nome
E os pés como charruas
Repisam vácuos, vãos e nadas
Lavras de um sol cansado
Mastigam as minhas mãos fátuas
E nuas…
A inércia dos dias iguais
Fincam as palavras revoltas
E livre de escoltas
Vem o dia e a hora arguta
Em que grito – basta!
Nem mais um gole
Nem silêncio
É do tempo urgente
As sendas da minha luta!