07
Fev 10

Abrigo-me em qualquer porto
Um fogo, um farol, uma teia
Fica meu peito de areia, absorto
Aninhado na espera dos olhos da lua-cheia
 
Que o meu corpo vivo de sangue flua
Mutável dor, ternamente rompida
Seja dócil o medo ou eu verdade crua
Que de um poema já fui guarida
 
Segredam-me as estrelas odes da saudade
De quando as palavras me eram leais
Resta-me apenas corpo…e o meu cais

Até que um verso nasça e me chame liberdade!

 

(imagem: Elisabete D`Silva)

publicado por Utopia das Palavras às 18:55

Estava eu aqui a ler-te e reler-te e, ao tentar dissecar o porquê da paz que se sente na tua poesia, afigurou-se-me que ela tem a vida toda lá inserida; mas como que purgada dos maus sentimentos. Tudo nela é sensualidade e amor em perfeita harmonia (e nós sabemos quantas das vezes elas andam às avessas, ao invés de se complementarem). Nela sente-se a vida através duma optimista esperança. Como se fosse ela (a tua poesia) um profeta revelando que a bondade é a intrínseca natureza humana. É bom ler assim essa esperança, com a subtil beleza de quem nunca resvala para o lugar comum. 


Tinhas que ser portuguesa!! : )


Mas ainda tenho que me debruçar, sobre a questão de uma filosofia tão iníqua (pelo menos no plano da sua aplicação prática) como a comunista, conseguir prosélitos com a sensibilidade como a tua ou a do "pedras contra canhões". Deve ser mesmo isso... enquanto não se passa do plano teórico.


Sei que estou em falta para contigo mas... sou mesmo assim: no antípodas do que adivinho que tu és! Mas vou cumprir. 


Um beijo meu para ti,  poetiza de mão cheia
leal maria a 13 de Fevereiro de 2010 às 15:56

Poetiza?? Poetisa :) No meio de duas vogais...   lol
Abrasileiro-me!!
leal maria a 13 de Fevereiro de 2010 às 15:59


até que saltem nas entrelinhas
palavras , pontos em suspensões
de almas libertas da saudade
até que corpos secos do mar
de pensamentos que tarde
nunca chegam,
até que luas conversem com marés
até que haja sol em novoeiros de ti
havera sempre poemas a chamar
liberdade em versos soltos.
abraço do vale
duartenovale a 14 de Fevereiro de 2010 às 21:26

Estiveste presente na apresentação do livro do Manu, embora não estando, mas era lá possível não falarmos em ti, no lindo prefácio que escreveste, no tudo  que tua poesia e a tua pessoa para nos representam? Beijinhos.
Eduardo Aleixo a 15 de Fevereiro de 2010 às 18:08


Olá Ausenda,

Que delicia de poesia...
Li e reli por puro prazer... somente pelo prazer de ler-te!

beijo grande

Breizh da Viken a 16 de Fevereiro de 2010 às 17:44

A tua ode é magnífica e segredam-me as estrelas que aqui há poesia. BeijoSegredSegredam-me as estrelas am-me</a> as estrelas
tossan a 18 de Fevereiro de 2010 às 00:37

Mas esse verso vai nascer logo, logo, e a liberdade chegar,porque a poesia já nasceu na sensibilidade da poetisa
beijinhos
luna a 18 de Fevereiro de 2010 às 20:41

Definitivamente, a poesia escorre-te nas veias ou onde quer que seja que a beleza da palavra more.Tu saberás do teu canto.... Belíssimo, como sempre.

 
Ibel a 19 de Fevereiro de 2010 às 22:02


as palavras fluem nessa maravilhosa inspiração como que cascatas de rimas que formam versos e compõem excelentes poemas... E assim os versos nascem!

Beijinhos,
Ana Martins
Ana Martins a 24 de Fevereiro de 2010 às 01:40


Te abrigas em Porto Seguro
E esperas o aparecer da luz,
De lua cheia.

Foste e és guarida de poemas
E vais continuar a ser.

As Estrelas te segredam seus mistérios,
Foste a escolhida.

E tu ouves sem esquecer
E permaneces em teu Cais,
A que chamas  Liberdade!

Belo poema!

Saudades,

Maria Luísa
M.Luísa Adães a 24 de Fevereiro de 2010 às 09:44

"Balada da Liberdade" livro de Miguel Beirão, prefácio de minha autoria e capa de Dorabela Graça
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