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Out 09

Porque falo dos rios, de amor e dos mares
Se são eles que me inundam?
 
Porque falo da verdade da terra e do vento
Se tudo isso me despe?
 
Porque falo de murmúrios e dos gritos silenciados
Se só o meu corpo é meu eco?
 
 Porque falo de saudade e da solidão aflita
Se antígonos são os meus braços?
 
Porque falo de espinhos, de chagas e das cinzas
Se o meu rasto vocifera a ferida aberta?
 
Porque falo de causas e dos sonhos
Se sós, são as minhas asas impotentes
Nas pedras que me tropeçam os passos
 
Falo…arguo a mudez dos olhos
Delatora me acuso e não calo
Erupta em fogo profícuo
Serei…
Onde todas as palavras me nascem!

(imagem: Luis Ralha)

publicado por Utopia das Palavras às 20:19

Olá Amiga Ausenda!

Só de ti  nasceriam palavras como estas
Que fariam de ti um poema
Porque em ti
Nasce o poema
E o grito de liberdade!

Bjinhos

Céci
Céci a 17 de Outubro de 2009 às 23:43

Falas de todas estas palavras porque te correm nas veias.
Falas de todas elas porque são as que te dão vida.
Falas delas porque, no final, falas de poesia...

Um beijo
maria a 17 de Outubro de 2009 às 23:53

Se duvidas houvesse; este teu belo poema dá testemunho que não precisas das palavras dos outros... dá bem sinal de ti as tua erupções d´alma. 


Não és nada inconveniente. Contacta-me com melhor te aprouver! a mim dá-me prazer "ouvir-te".
Quanto ao vídeo, faça-mos o seguinte: escolhes um dos teus poemas (este é perfeito) e informas-me como queres que lhe atribua a autoria (Hilary Ausenda?? lol) e eu elaboro-o  no windows Movie Maker e publiquo-o na minha página do youtube (atribuindo a autoria do poema a ti, evidentemente) e enviar-te-ei os ficheiros por mail com uma explicação sucinta como o realizar no já citado software. Este processo justifica-se, porque realiza-lo já com uma banda sonora, pode trazer-nos problemas com direitos autorais. Para contornar isso, o youtube tem já licenciadas músicas que nos cede gratuitamente.
Repara que no meu vídeo a banda sonora é diferente daquela que faço referência no genérico. 
Ainda bem que assim foi! Adoro o America´s Stonehenge de Laura Sullivan.


Quanto ao eu estar zangada contigo.... lol não digo!! Mas se te dizer que o lutar contra a opressão não é um exclusivo dos comunistas, tu entenderás! Aliás... os mais das vezes são e foram os comunistas os opressores!
Mas claro que o meu estar zangado era pura brincadeira. Mas na tua perplexidade perante o meu poema "resistência" há implícita uma ofensa à minha pessoa. Involuntária, tenho a certeza. Daí o não estar nada zangado contigo! E Ausenda; abandona esses teus ideais de comunismo. Tem a coragem de os discernires castradores do que de melhor há: a liberdade!
leal maria a 18 de Outubro de 2009 às 22:10

Mais uma coisa: depois para alojares o teu video, podes criar uma página no youtube.
Quando souberes trabalhar com a ferramenta, terás uma outra maneira de divulgares a tua bela poesia.
Continua com ela, para ver se aqueles pseudo-poetas que pegam em todo o vocabulário que têm e o despejam numa folha em branco, chamando a isso poesia.
leal maria a 18 de Outubro de 2009 às 22:14

... eles ganham vergonha! Mais vergonha devia sentir quem os permeia, para depois por eles ser premiado.
leal maria a 18 de Outubro de 2009 às 22:16

Falar...escrever... de tudo o que nos move!
Secreta a 19 de Outubro de 2009 às 15:00


Porque és uma poetisa...tens de falar!
Um beijo:))
justine a 19 de Outubro de 2009 às 19:51


Que não te doam

nem as palavras

Bjs


 
MAR ARAVEL a 19 de Outubro de 2009 às 23:33

Que não te enrouqueça a voz, amiga, para dizeres o que sentes.
Para falar com sinceridade, li os comentários anteriores
e num li sobre( aqueles que se julgam poetas e apenas despejam
palavras na página em branco) e sabes que concordo com ele,
só reconheço boa poesia em dois ou três e tu sem dúvida és
minha preferida, o resto é mesmo resto, que me perdoem.
Está lindo este teu poema, eu não sei escrever mas sei muito
bem o que é bom
e do que gosto.
Amiga, nunca me esqueço de ti, deixo
um beijinho com muito carinho
rosa
rosafogo a 20 de Outubro de 2009 às 00:56

Ausenda,

E quando me pareceu estar a ler Álvaro de Campos...

<i>Porque falo de causas e dos sonhos

Se sós, são as minhas asas impotentes

Nas pedras que me tropeçam os passos</i>...

Acordei  ao ler estes versos... lLINDO!

 
Beijo

Meg a 20 de Outubro de 2009 às 17:26

Tua poesia é clara como agua de rocha
tuas palavras nascem em ti como um nascente.
Parabéns pela tua escrita !

Beijos
Lena a 20 de Outubro de 2009 às 22:22


Um poema difícil, denso, polissémico, cativante.Assim a poesia.
IBel a 22 de Outubro de 2009 às 21:56

"Balada da Liberdade" livro de Miguel Beirão, prefácio de minha autoria e capa de Dorabela Graça
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