Norte dos teus lábios no sul do meu seio
Ponto cardial da ilicitude que nos separa ao meio
Norte, que perde, insana e desvaria
meu celeste corpo delongando o dia
Espera-te a noite, eternamente lua
Na cama da estrela polar primeira
Universo serei de ti e terra nua
Ébria dos raios cadentes, tua luz feiticeira
Teimam meus pés no sol, as mãos no equador
Anulando a ínfima linha que nos separa
São as palavras, uma espécie de amor
No pólo do teu orgasmo que me amarra
Puderas ser tu eco ou astro que me influencia
Ou força gravitante que me desprende
Eu serei sempre a impostora poesia
Que no reflexo de ti o verso incende!
(imagem: "Universo" de Antonio Pinto Coelho)
"Norte dos teus lábios no sul do meu seio
Ponto cardial da ilicitude que nos separa ao meio"
embrião para o que se seguiu...!