20
Jun 09

(Inês Gato)

Afligem-me as asas que murmuram
Em vez do voo
E os cheiros que perduram
No corpo onde o amor conspirou
 
Se calo, grito
A tua boca que não diz
Ai silencio maldito
Vociferado grito
Mata-me, ante ser infeliz
 
Não é acaso o canto mudo
Nem a poesia desconcertante
Sem pejo, serena me desnudo
Na espera desse uivo dilacerante
 
Porque não gritas o mar
No engenho das ondas
Inventa um naufragar
Bramindo realidade
Cede ao augúrio dos dias
Incita-te

Na minha espuma de liberdade!

 

publicado por Utopia das Palavras às 18:54

Nem sempre se consegue gritar as palavras caladas, que respiram em nós
Namastê
luna a 20 de Junho de 2009 às 23:04

Luna

Mas é importante que se gritem, sempre num grito constante, mesmo que caladas!

Beijos

"Quebra o molhe, mas não quebra o mar
As mãos quando se dão, são aço
Qual tempestade, onde o vento recusa dar
O beijo de bonança, que se faz passo!"

Estive quase a tomar este verso como um desafio que me fazias para escrever um poema e penso ter sido essa a tua intenção!? uma frase... uma palavra... mas um verso destes?? Com esta sensibilidade?? Seria uma injustiça que o amputasse à sua "mãe"! Devolvo-te para que lhe dês acrescentes mais "irmãos" se assim o entenderes e eu gostaria muito. Mas se por este quiseres ficar... ele a si e por si se basta!! Mas está-te lançado o desafio e si que de novo serás mestre nessa arte de esculpir a palavra desenhando sentires.

!
leal maria a 21 de Junho de 2009 às 10:30

Leal Maria

Para além de ser um comentário áquilo que o teu poema me transmitiu, sim era também um desafio, já que não basta só desafiar meu caro...há que ser desafiado também!
Agora que me mostraste, gosto realmente dele, talvez lhe acrescente irmãos ...se o sentir para tal!

Beijo

Bela poesia!! Então este verso:

"Não é acaso o canto mudo
Nem a poesia desconcertante
Sem pejo, serena me desnudo
Na espera desse uivo dilacerante"
leal maria a 21 de Junho de 2009 às 10:32


Vindo de ti, fico grata (muito)!

:-)

"Nas cinzas encobertas, descubro quão poéticas são as sílabas que alimentam os anjos de solidão.
Ninguém parte sem que se funda primeiro na multidão!"

E estas? Seria também uma pena que se perdessem! Realmente Ausenda, tens que moderar a poética dos teus comentários... ai de ti que o faças!! grrrrr lol

Vá... ao trabalho!! Já vês que tens muito que fazer! Quero dois! : )
leal maria a 21 de Junho de 2009 às 11:00


Foi o belo poema de "Letras Ígneas" que assim as ditaram, mas um dia... talvez consiga escrever o que o meu coração não diz, será? Prometo esforçar-me, até porque há sempre alguém disposto a "embirrar" com eles, e o meu tempo é muito pouco...!lool

Beijos

Vim à procura da suavidade da espuma do mar... cansada da forte ondulação de tanto trabalho a haver... refresquei-me. Tanto! Para lá vou tornar... "vociferando grito"... na " minha espuma de Liberdade"...

Obrigada pelo "espero-te"... Eu vim ...

Beijo terno, amiga.
Paola a 21 de Junho de 2009 às 15:05

Paola

Esperei...e tu vieste! Grata fico!
Agora que descansaste na espuma do mar, torna para lá, onde o mar ondula fortemente...mais uns dias!

Beijinho

De braços abertos, aqui estou
Venho juntar ao teu o meu grito !
E daqui não me vou!
Onde há liberdade, eu fico.

Gritemos « não» ao silêncio obstinado
Não quero sentir mais esta rendição
Bem alto o grito, vociferado!
Saído da alma, do bater do coração!

Apenas um versinho carinhoso, para te deixar toda a minha amizade

Um beijinho
Natalia

rosafogo a 21 de Junho de 2009 às 17:17

Natália

Sinto os gritos de muita gente
O teu, o meu, o da liberdade
Gritemos aquilo que se sente
Também um grito de...amizade!

Obrigada pelo teu carinho
Beijos


Os silêncios gritados
Os gritos calados
No mar mergulhados
mais ou menos amargurados
mas sempre renascidos...

Um beijo
maria a 21 de Junho de 2009 às 20:01

Maria

É com esse crer... que o nosso grito valerá!!!

Beijo

Liberdade, sensibilidade e força, foi o que senti ao ler-te! Adorei!

Bjinhos

Céci
Céci a 21 de Junho de 2009 às 23:26

Céci

É um carinho, ouvir-te!
Obrigada

Beijos

Deve ser um dos mais bonitos que escreveste...lindíssimo.
beijos e boa semana
xana a 22 de Junho de 2009 às 10:54

Xana

Achas? Eu também gosto dele...obrigada!

Beijo

ESte poema é uma obra-prima.Não duvido de que com ele possas pudesses ganhar uma medalha.è do melhor que escreveste. Parabéns. As duas primeiras estrofes arrepiaram-me pela síntese metaforicamente perfeita.
BEIJINHO ESPECIAL.
IBEL a 22 de Junho de 2009 às 11:04

Ibel

És uma exagerada, não?
Fico muito grata pelas tuas palavras, amiga!

Beijo especial para ti também

"Balada da Liberdade" livro de Miguel Beirão, prefácio de minha autoria e capa de Dorabela Graça
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