Digo da terra meu mondado manto
Acalentado no seio dela
Nas pedras maceradas de espanto
Trago nos pés
Um pedaço dela
Coram minhas mãos insolentes
Quando minto ao sol
Para a trazer no regaço
Nos dias em que um rio me faz
Sou de um mar
Que assoberba a campina de azul
E do rio que se afoita
Na folha de um poema desaguado
E da terra adubada de água bravia,
São as minhas entranhas
O musgo das palavras
(imagem: Elisabete d`Silva)