(tela de Ventura González Pedroza)
Ouvimos com o sangue das mãos
Sentimos com o gelo que escorre do rosto
Resistimos com as pétalas que florirem as estradas
Extinguindo as montanhas
Nas planícies madrugadas
Sem prosas de desespero
Nem medo do lado deserto
Amamos na justa parte
Que da terra nos pertence
Amamo-nos…
Ansiosos de um poente
Arado de papoilas
E trigos infantes
Juncados como metáfora
Desse sonho urgente
Só desse amor se nasce
Só desse amor respira o sonho
Só essa ponte feita de nós e utopia
Nos lança os passos, como leme
Amamos…
Na igual condição
Dos amantes
E de ser além o dom tranquilo
Que já tão perto se augura
E se desprende
Quase livre!