Tudo o que chorasse um dia
Por um fio de saudade morresse
No meu seio sobreviveria
A âncora que me prendesse
Cada grito que silenciasse
Noutra boca se acendia
O cravo que se tornasse
Num cantar de cotovia
O abraço que me escorasse
Eternamente o seria
Se a vida não olvidasse
Que num abraço, outro havia
Mesmo que sem asas, pairasse
O sentir de uma poesia
Era como se me libertasse
De tudo o que chorasse um dia!
(tela de Margusta Loureiro)