Pétalas volúpia que acetinam
O brilho que dos meus olhos sai
São luzeiros que me iluminam
Eterno, terno amor que não se esvai
Num corpo de tempos maduros
Sossegos de afectos carminam
Cúmplices de instantes tão puros
Pétalas volúpia que acetinam
Nácares de paz cristalinas
Conchas que o meu mar atrai
Deram-me de pequeninas
O brilho que dos meus olhos sai
No meu ventre se fizeram vida
As asas que a voar me ensinam
Jamais me sentirei perdida
São luzeiros que me iluminam
Nascentes de lágrima que seguro
No gérmen que da terra sai
Sementeiras onde me aventuro
Eterno, terno amor que não se esvai
(imagem: maternidade-pablo picasso)