Tantos caminhos no peito
Quantos molhos de esperança
Um trilho ousado e feito
Do galope da confiança
Há um fio de rio nessa almargem
Como poema parido nas águas
Pastorícia minha verde coragem
Num passo amante sem mágoas
Ainda os brados que não calo
Se caio ferida de pedra malvada
Ravinas de saudade, onde resvalo
Soltando o que em mim é espada
Descubro bolbos de amor escondidos
Nos sulcos do rosmaninho
Silêncios de rumos perdidos
Ímpetos de semear um caminho
Sábio o amor que a poesia escuta
Nas veias de um verso aberto
Onde constante lateja a luta
De sonhar o caminho certo!
Imagem: Antonio Matos Ferreira