28
Fev 09

 

(mari vilar) 

 
Empresta-me um sonho…simples de sonhar
De cor ausente de dor
Redentor do sorriso e do olhar
Sonho constância multicolor
 
Empresta-me um sonho…de outras madrugadas
Do canto chilreado da liberdade
Dos pequenos nadas
Do cheiro do pão da terra e da vontade
 
Empresta-me um sonho…de poema que desagua
Interlúdio de silêncios estancados
Sonhando versos nascidos na lua
Na boca dos poetas declamados
 
Empresta-me um sonho…flama de encantamento
Onde embale o âmbar da nostalgia
Deslumbre a memória do esquecimento
Para eu poder sonhar um dia
 
Empresta-me um sonho…que me faça correr p´ró mar
Flutuar na carícia de marés singelas
No tempo do vento poder velejar
Fazer um mundo, tocando só nas estrelas
 
Empresta-me um sonho… de amor felino
Rouba-o ao luar, como fruta proibida
Serei dele tocata, ele o meu mais belo hino
Para sonhar…o resto da minha vida!

 

publicado por Utopia das Palavras às 17:59

21
Fev 09

 
 
 
Apego sou em ti inquietação viril
Lavrando teu colo onde esvoaço
Encostas inundadas de anil
Na paisagem de um rendido abraço
 
Vinha dos sentidos embriagada
Fragrância amante, carmina e cobre
Torrente que em meu fogo corre abastada
Vindima de vida e chama, que me descobre
 
Sirvo-me sobre cálice derramado
Inaudito esse desejo de te sentir
E no vinho rubro por mim inventado
Meus lábios deslizam ávidos de te despir
 
Nasço e renasço nessa colheita
Casto, intrínseco afecto que a sustenta
Doce e etéreo meu beijo que se deita
No teu corpo de uva suculenta.
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 Agradeço-te amigo Carlos Barros irretorquivelpsique.blogspot.com

 

 

 

 

 

 

 

Obrigada pelo carinho, Tossan  klictossan.blogspot.com

publicado por Utopia das Palavras às 18:49

14
Fev 09

van gogh

 

 
Quando o rio corre devagarinho
Namorando com a ternura
Percebo a tua voz baixinho
E leio nos seixos poemas de frescura
 
Doce corrente, tranquilo amor
De um rio amando o estio
Cântico de canavial em flor
Concórdia do rio, irmão do mar bravio
 
És mar de floresta eu margem de clareira
Porque te amo cheia, intensamente
Infligida a tua dor é no meu peito bala certeira
Lançada da mão humana inconsequente
 
São uivos de lobos os teus filhos
Vulcões, desertos, espuma de sol e mares
Cordilheiras são penas e teus pássaros andarilhos
Esmeralda dos ventos glaciares
 
Mater da cor azul e do verde
Tocar-te inteira é delírio que não dura
Tão demente Terra que te perde
Matando sem apelo... pérola natura!

 

publicado por Utopia das Palavras às 17:14

07
Fev 09

(sumie)

Esperei que com a brisa viesses
Mimar este chão que é nosso
Meu ninho, sem o teu barro emudece
Voar sem tuas asas não posso
 
Fez vento na noite esperança
Branda espera cansando a lua
Onde amanheceu a lembrança
De te esperar tão nua
 
Brisa errante do teu cheiro licor
Meloso meu queixume de ansiedade
E na janela colorida na tua cor
Triste, colei meu verso de saudade
 
Aragem níveo canto da quimera
Meus lençóis chorados entreteceu
E no meu ninho, grávida a Primavera
Estendeu seu manto no lugar que é teu
 
E agora
Nosso ninho de ramos vazio
Espera a tua brisa, noutra hora
Trazendo no bico, grãos de amor, roubados no rio
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Grata à Céci do blog "Inspiração" letrasepensamentos.blogspot.com/ pelo selo que recebi com todo o carinho. E com o mesmo carinho ofereço a todos os amigos que leêm  "Utopia das Palavras". É VOSSO

publicado por Utopia das Palavras às 19:35

"Balada da Liberdade" livro de Miguel Beirão, prefácio de minha autoria e capa de Dorabela Graça
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