27
Dez 08

 

 
 
Ano de anis
Frutuoso
Sonho petiz
Chegando novo
 
Quero-te banhado
De esperanças viris
Justo e honrado
Sonhando eu quis
 
Venho pedir
Não sejas um fado
Faz-te porvir
Salário igualado
 
Vende a saudade
Do teu passado
Inventa vontade
De um passo renovado
 
Dá-nos certeza
Enterra a maldade
Pinta a pobreza
De cor dignidade
 
Quero ser mais feliz
Também este povo
Faz o País
Viver ano novo!

 

publicado por Utopia das Palavras às 20:48

20
Dez 08

 

Natal menino
 
Tão pequenino
 
 
Natal sem verso
 
Num dia tão breve
 
De sentido inverso
 
E as mãos vazias…
 
De sonhos perdidos
 
Reclamam os dias
 
Do fim dos desvalidos
 
Natal menino
 
No ano esquecido
 
Natal pequenino
 
De caridade crescido
 
Perpétuo Natal
 
No momento de dar
 
Tão breve o Natal
 
Do tempo de amar…!”

 

publicado por Utopia das Palavras às 21:58

17
Dez 08

 

 (paula lucas)
 
Riscaste no pranto das flores
Pingos de culpa e sofrimento
Inventaste ecos e desamores
Incrédulos meus olhos no firmamento
 
Tocadas, as pétalas choram
Descoloram brilhos e chuvas
Minguaste ternuras que delas foram
Ímpetos de vindimas e uvas
 
E agora o meu encanto maior?
Trucidado na raiva dos teus dedos
Tingiu os meus versos de dor
Resguardo dos nossos segredos

 

publicado por Utopia das Palavras às 11:08

13
Dez 08

(antonio jorge miranda)

 
 
 
Pouco importa se alucinação sou
Prelúdio, compasso ou serenata
Fenix que sempre voou
Ou corpo de barro em esfinge de lata
 
Que importa se magnânime o alvorecer
Se réstia for a videira decepada
E não for acácia em tempo de sorver
O sumo da terra encharcada
 
 
Que importa se estrondosa a orquestra
Se os violinos roucos e prostrados
Não renascem nos trinados da giesta
E na saudade… são longos murmúrios calados
 
Que importa, se loba, lua amante ou grainha
Na entrega, presságio de estrelecer sou
Redentor milagre no meu desejo de Aladina
Que importa…! Importa que vou!

 

publicado por Utopia das Palavras às 21:38

09
Dez 08

     

                    (antonio jorge miranda)

 

Mareando a vida me leva
Nas ondas de um mar sueste
Mar devir, murmurando me enleva
Num vento soprado e agreste
 
Mareando nesse mar refúgio
É meu medo o naufragar…
Prendo âncora em cada navio
Com audácia me faço ao mar
 
Lodos, lamas e sargaços
Fundas batalhas no emergir
Busco no sal os pedaços
Pequenos cristais do porvir
 
Nesse vaivém ondulante
Sonho de mar chão, para o povo
Farol chama, prenúncio de levante
Na rota de um homem novo
 
Marujas são as vontades
Lanças do marulhar
Expurgo de correntes e grades
Amargo dia, se naufragar…!
 
Mareando aporto num sonho
Breve metáfora de maré viva
Sou eu! Sou eu que ponho
As palavras no mar à deriva!
publicado por Utopia das Palavras às 14:37

03
Dez 08

 

Fecundas palavras na terra atiradas
Esperanças germinando em hora parida
Onde rebentam sílabas amuralhadas
por exorcizada, estrofe proibida
 
 
(Ruan Corvalán)
Deixem-me soltar o sufocante eu
Que me esmaga como pedra caída
Afunda de alma vã, desamparo meu
E me possui íntegra de raiva acometida
 
 
Quero clamar o mais alto da revolta
Que me consome o ventre não rendido
Dos restos dos meus dedos em mão solta
Marco-te poema, em ferro bramido
 
  
Se me dilacera o Entrudo da mentira
E a vingança mungida na falsidade
Nasce de mim, indígena tinta que delira
Alucinando, estravazo liberdade!

 

publicado por Utopia das Palavras às 18:00

"Balada da Liberdade" livro de Miguel Beirão, prefácio de minha autoria e capa de Dorabela Graça
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