Saberei eu definir o sabor do azul?
Saberei ler os meus próprios olhos
Quando inundados...
Agitam luas de todos os sentidos?
Saberei eu um dia ler na raiz
Da frondosa árvore e da sua seiva
Inventar enigmas de mel?
Certa que descobrirei no luto (joan miró)
Das riscadas asas dos pássaros
Amputadas pelo vendaval dos ninhos
E saberei olhar-te com ancestral avidez
Trespassar-te com eróticos compassos
Do ondular do meu corpo
E delirando, saberei chegar-te!