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Out 09

Porque falo dos rios, de amor e dos mares
Se são eles que me inundam?
 
Porque falo da verdade da terra e do vento
Se tudo isso me despe?
 
Porque falo de murmúrios e dos gritos silenciados
Se só o meu corpo é meu eco?
 
 Porque falo de saudade e da solidão aflita
Se antígonos são os meus braços?
 
Porque falo de espinhos, de chagas e das cinzas
Se o meu rasto vocifera a ferida aberta?
 
Porque falo de causas e dos sonhos
Se sós, são as minhas asas impotentes
Nas pedras que me tropeçam os passos
 
Falo…arguo a mudez dos olhos
Delatora me acuso e não calo
Erupta em fogo profícuo
Serei…
Onde todas as palavras me nascem!

(imagem: Luis Ralha)

publicado por Utopia das Palavras às 20:19


E porque todos nós assim fazemos e pensamos, porque sempre nos fazemos a mesma pergunta?
É tão evidente que nem nos apercebemos...
Gostei muito do teu cantinho...
Beijinho com muito
 SOL
lua prateada a 26 de Outubro de 2009 às 01:38

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"Balada da Liberdade" livro de Miguel Beirão, prefácio de minha autoria e capa de Dorabela Graça
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